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Sidney Sheldon

 "Nada pode impedi-lo quando você estabelece um objetivo. Ninguém pode impedi-lo, a não ser você mesmo. Eu acredito assim."

Sidney Sheldon. Lembro-me de que quando conheci seus livros não soube decidir se estava mais encantada com a criatividade ou com os detalhes bem pensados presente nos textos. Sem dúvida alguma é incrível ler suas histórias, mas recentemente, descobri que sua vida é fantástica tanto quanto: de vendedor de sapatos à transtorno bipolar, a vida deste homem traz grandes surpresas e curiosidades. E por isto, trago para vocês no momento "A escrita de uma vida" um pouco da vida deste mestre.

 O recordista de "autor mais traduzido no mundo" nasceu nos EUA, em Chicago no ano de 1917. Era descendente de judeus; e o seu pai era um vendedor. Isto fez com que Sheldon se mudasse para varias cidades (fico pensando se isto estimulou ainda mais sua imaginação). Desde jovem já possuía uma mentalidade fértil; pensem bem: com dez anos conseguiu vender um poema por cinco dólares!

 Contudo, teve a adolescência marcada por dificuldades financeiras; de forma que teve que largar a faculdade um semestre depois de ter começado para poder ajudar os pais financeiramente. Vendeu sapatos, músicas para bandas, tornou-se funcionário de uma boate e entre outros serviços não pertencentes ao mundo que tanto amava.
Além disto, por causa de seu transtorno bipolar (diagnosticado apenas em 1948 mas falarei sobre isto posteriormente) tentou suicídio misturando bebidas e soníferos; mas graças à seu pai, foi impedido à tempo.
 Apesar das dificuldades lutou por um espaço, foi um guerreiro (talvez seja experiências assim que lhe provocaram o invento de frases celebres, como a citada no inicio).
 Quando estava trabalhando numa drogaria decidiu participar de um programa para calouros; e acabou sendo aprovado. Pronto! Havia dado o primeiro passo da longa jornada: agora revisava roteiros e colaborava nas filmagens em Hollywood!
Ele trabalhou muito tempo, na verdade, a maior parte da sua carreira profissional no cinema; pois não sentia vontade de escrever livros e pensava que não mandava bem escrevendo, isto fez com que escreve apenas peças e alguns roteiros; deixando os livros para o futuro.
 Ele se tornou parte da força aérea durante a Segunda Guerra Mundial, porém não pode prestar serviços por causa de uma hérnia de disco
 No cinema o sucesso esteve acompanhando Sheldon também. Produziu seriados como: Nancy, Casal 20 e Jeannie é um Gênio. Todas as séries produzidas fizeram bastante sucesso entre o público e foram receptoras de grandes prêmios; por exemplo, no seriado Casal 20, Robert Wagner em 1980 recebeu o prêmio de ator favorito; e em 1983 foi a vez de Lionel Stander receber o globo de ouro de melhor ator coadjuvante.

Abertura de Casal 20
                                                            
Mas agora vamos para a parte da sua vida que mudou sua carreira de produtor e autor no cinema, ou pelo menos, a "nossa vida de leitor". Se seus seriados já faziam as pessoas ficarem ansiosas pelos os próximos episódios; seus livros tornaram seus leitores sonambulos para apreciarem cada página do livro escrito. 

 Na mente do artista começaram à surgir algumas ideias e foi aí, que partiu seu primeiro livro que recebeu o nome de "The naked face" ou no Brasil "A outra face" publicada em 1970 (para conhecer a obra Clique aqui).
 Aquele pensamento de que "os primeiros textos e livros produzidos por uma pessoa não são bons o suficiente para alcançar sucesso" não é conveniente para ele: o seu trabalho pioneiro no mundo literário venceu o prêmio Edgar de melhor romance de estreia.
 Em seguida, no ano de 1973, foi publicado o livro "O outro lado da meia noite"; um livro intensamente interessante e fisgador: Catherine e Noelle são pessoas totalmente distintas, nasceram em continentes diferentes e as personalidades se contradizem; mas o interesse comum, em Larry Douglas unem o destino destas duas mulheres de forma que a vida de uma destrói a da outra; ou quase.
  O próprio Sidney já falou sobre da relação de "doença e escrita". O que é perceptivel no livro citado acima; mas é ainda mais em um publicado no ano de 1998: Conte-me seus sonhos.
Se as diferenças entre Cath e Noelle retratam de forma indireta e leve o transtorno. A história de Ashley Patterson trata de forma intensiva o assunto e surpreende à todos com o seu caso de DPM (distúrbio de personalidade multipla). As dúvidas nos casos dos assassinatos, são esclarescidas apenas com o diagnóstico da doença de Ashley.

 Os livros dele tem suas caracteristicas únicas, e as personalidades de seus personagens fazem parte. Sheldon busca aquela centelha "desprezivel" que todos nós temos, aquilo que deixamos escondido dentro de nós. Nossos defeitos, ganâncias, e desejos assustadores!
 Em "A outra face" esta demontração é indentificada no final do livro, nas ultimas páginas quando o pscicanalista Judd faz uma reflexão sobre ele próprio ter matado em legítima defesa:
"[...] Judd continuou parado ali, cambaleando, ainda sendo jogado para a frente epara trás pela recordação dos socos de DeMarco, deixando que a chuva e o vento lhecastigassem ainda mais o corpo. Viu à sua frente um corpo estendido no chão ecompreendeu que se tratava de Rock Vaccaro."Nós vencemos"mente, sem parar. Mesmo sabendo que a frase não tinha o menor sentido. Que espécie devitória fora aquela?Ele sempre pensara em si mesmo com um ser humano decente e civilizado, um médico,um homem que dedicava a vida a curar os outros. Mas se transformara num animalselvagem, dominado pela ânsia de matar. Levara um homem doente à beira da insanidadee depois o assassinara. Era um fardo terrível que teria que carregar pelo resto da vida.Porque, muito embora pudesse justificar-se alegando que fora em legítima defesa, ele sabia - e que Deus o ajudasse! - que gostara de fazê-lo. E por isso jamais poderia perdoar-se. Ele não era melhor do que DeMarco ou os irmãos Vaccaro ou qualquer um dos outros.A civilização era uma camada fina e perigosamente frágil. Quando essa camada serompia, o homem tornava-se novamente igual às bestas selvagens, resvalando de voltaao lodo dos abismos primitivos, dos quais ele se orgulhava de ter saído para sempre. [..]"  
  Em todos os seus livros (se você já leu todos ou a maioria concordará) essa caracteristica é marcante. Ele mostra o quão vunerável é o ser humano, o nosso medo do fracasso e a nossa capacitade de tomar atitudes repreensiveis quando se trata da nossa vida. Ele foi mais que um mero escritor... foi um grande crítico da sociedade. 
Em seus livros, o escritor nos mostra nosso pior lado, medos e defeitos.
Outra caracteristica de seus livros muito marcante é a presença de assuntos judiciais. A maioria de suas histórias vem com a presença de crimes, investigação, e mistérios nos fatos. O seu trabalho de maior relevância (e um dos meu predileitos)  que envolve assuntos policiais é "A ira dos anjos". 
 As quases 600 páginas abrange de forma bem ampla o tema. A recém advogada Jennifer Parker cai em uma armadilha e é culpada por um crime que não cometeu. Sua carreira, começada tão recentemente, é destruida e ela não consegue arrumar um outro emprego. Mas o homem que estuda seu caso, Adam Warner, discorda de todos e acredita profundamente que a mulher é inocente. Então, entre os dois cria-se uma certa intimidade e acaba rolando um romance. Mas é claro que, sendo um livro de Sidney Sheldon, a história não acaba por aí, na verdade, é apenas o começo. 
 Quando começa a reconstruir sua vida, em uma reviravolta impetuosamente incrivel, começa à prosperar e ter sucesso. 
Mas Michael Moretti, aparece na sua vida. Este homem, genro do chefe de uma máfia; não descansará até te-lá para si. Jennifer está determinada à não se envolver, mas quando seu filho é sequestrado e é Michael que o salva, a história muda.  
 No desfecho, ficamos prendendo a respiração para esperar o que vem pela a frente. E sheldon, sempre nos deixam fascinados pelo o final. Ira dos anjos é a prova disto.
Em A ira dos anjos, é possível perceber a presença de assuntos judiciários; caracteristico das escritas de Sheldon






As suas histórias são sem dúvida alguma, fascinantes, maravilhosas, espetáculares! Mas ele, o próprio Sidney, escreveu uma autobiografia, chamada "O outro lado de mim"; agora, imaginem a qualidade da produção. 376 páginas de revelações sobre sua vida. 
 Ele conta sobre algumas aventura dentro de Hollywood: bastidores de Jeannie é um gênio; relações com atores e diretores. Seus fracassos na carreira de produtor. Desavenças com uns, ajudas de outros. Além de suas experiências, cita algumas "fofocas" e "segredos" do estúdio e de atores e atrizes. 
 Ele também trata de sua vida quando escritor. Apesar de ser trabalhado em pouca parte do livro são maravilhosas e deixa o leitor apaixonado. 
 Ele abre o jogo e não esconde nada. 
Veio à falecer em 2005 por complicações com pneumonia, deixando para tras sua esposa Alexandra Sheldon, a filha escritora Mary Sheldon, e muitas saudades entre seus leitores. Deixou lições à serem aprendidas; teve um olhar amplo para além das futilidades do mundo da fama. Inteligente e admiravél, Sidney foi e sempre será lembrado como um escritor invejável. Ainda fará por muito tempo leitores trocarem noites de sonos para lerem seus livros e continuará sendo inspiração para outros jovens escritores. 
 Que venha ao mundo pessoas com capacidades como a deste homem! Sheldon...o homem que ensina à nunca desistir!
 





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